Luta de paraplégico chega ao fim

Exemplo de luta e força de vontade. Há cerca de três meses mostramos a história de Cláudio Lopes. Um lavrador que depois de sofrer um acidente de moto só queria se recuperar e ter o mínimo de dignidade de vida. Mas esta história não teve um final feliz. Cláudio faleceu no último dia 20 deste mês.
Uma casa humilde e cheia de esperança. Este foi o lar que visitamos em janeiro deste ano, localizado no Córrego São Silvestre. O objetivo era pedir ajuda para Cláudio. O lavrador que até 2006 levava uma vida normal, com sonhos e desejos, teve seu direito de andar interrompido por um acidente de moto. De lá pra cá, Cláudio enfrentou muitas dificuldades. O lavrador fez mais de cinco cirurgias. A vida da família, principalmente da irmã Aline era resumida em cuidar de Cláudio e lutar para conseguir pelo menos o básico para a sobrevivência do irmão. A luz da esperança da recuperação se apagou no dia 21 de março. Cláudio faleceu em casa.
No quarto de Cláudio a irmã Aline de Oliveira manteve tudo no mesmo lugar. Ao olhar para cama vazia ela lembra dos momentos difíceis que passou ao lado do irmão. Na luta cotidiana de mantê-lo vivo sem assistência médica adequada e pouco dinheiro para comprar remédios, Aline lembra que Cláudio lutou pela vida até os últimos momentos. A dor de mais uma família vítima do descaso da saúde pública.
Saudade do sorriso que fazia questão de mostrar no olhar a esperança da recuperação. É assim que Maria José, outra irmã de Cláudio, tenta suportar a dor da perda do ente querido. O pai de Cláudio não conseguiu falar sobre o filho. Lágrimas expressaram o sentimento de muita tristeza.
Depois que divulgamos a história de Cláudio, a família recebeu ajuda de centenas de pessoas. No próximo mês, ele faria uma cirurgia para retirar os parafusos colocados em cirurgias passadas, e que lhe proporcionou tantas complicações á saúde. Mas Cláudio não teve tempo. No ultimo dia 27 de março, o lavrador faria 44 anos. Nos últimos dias de vida, a família conta que Cláudio já não conseguia falar.
A falta de Cláudio marca o silêncio da saúde pública que não se manifestou quando ele pediu socorro, de alguém que só perdeu as esperanças quando perdeu a vida...