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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Menor volta a ser contraditório, pede perdão a Bola e o retira da cena do crime

O depoimento do menor envolvido no caso de desaparecimento e morte de Eliza Samudio, que durou cerca de uma hora, foi interrompido no começo da tarde desta sexta-feira porque o jovem começou a se sentir mal. No Fórum de Contagem, a única informação passada é de que ele teria sentido uma indisposição. Depois de ser atendido, ele continuou o depoimento na terceira audiência sobre o caso. Além de negar versões anteriores sobre a morte de Eliza, o adolescente pediu desculpas ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Durante o tempo em que falou, o adolescente negou todas as informações anteriormente passadas à Polícia Civil na fase de investigações. O rapaz alegou em juízo que inicialmente inventou a história para o tio e que na delegacia foi agredido por policiais civis, no Rio de Janeiro.
A mãe do jovem conversou com a reportagem de O Tempo e afirmou que o filho foi pressionado pela polícia carioca a inventar a história que foi contada. Ela acrescentou ainda que o rapaz estava sob efeito de drogas no dia em que prestou depoimento.
Sobre a viagem feita com Eliza do Rio de Janeiro para Minas Gerais, o adolescente negou que tenha dado coronhadas na cabeça dela e que foram direto da capital fluminense para o sítio de Bruno, em Esmeraldas. Ela afirmou que, no carro, deu uma cotovelada na cabeça dela, a qual causou um sangramento, e que a agressão teria ocorrido porque ela queria viajar no banco da frente do veículo. Ele afirmou ainda que só se encontrou com Bruno uma semana depois da viagem para Minas Gerais, quando voltou ao Rio de Janeiro.

Bola

Em depoimento, o rapaz pediu desculpas a Marcos Aparecido dos Santos por te-lo envolvido na história. Ele afirmou que conheceu o Bola em uma boate, em 2009 e ficou sabendo que ele mexia com cachorros. O advogado do ex-policial reagiu à declaração pedindo para que o cliente fosse colocado frente a frente com o adolescente, para que o pedido de perdão fosse feito.
Diante do ex-policial, o jovem pediu desculpas a ele e disse que não o conhecia. A versão dada pelo rapaz é que ele teria conhecido outro Bola, morador de Ribeirão das Neves.
Tendo em vista as declarações do adolescente, que retiram o ex-policial da cena do crime, o advogado Zanone de Oliveira informou que vai entrar com pedido de revogação da prisão do cliente. Ele afirmou que vai entrar ainda nesta sexta-feira com um pedido de habeas corpus para tentar libertar o cliente.  Zanone afirmou ainda que acredita que o cliente foi preso porque era inimigo do delegado Edson Moreira.
Entre os réus, Bola era um dos que não aparentava estar se sentido bem. Ele tomou analgésico e sinalizou para a reportagem que estava sentindo uma forte dor de cabeça. Fernanda Castro também se mostrou abatida desde o início da audiência. Os demais réus pareciam tranquilos e conversaram entre si durante o depoimento do menor.
As declarações do rapaz terminaram por volta das 12h30. Em seguida, o delegado Júlio Wilke seria ouvido como testemunha de acusação. Outras três testemunhas ainda devem ser ouvidas.

Familiares
A mãe de Eliza Samudio, familiares de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e a mãe do adolescente compararecem ao Fórum para acompanhar a audiência. Ao término do depoimento, o primo de Bruno ficou abraçado durante alguns momentos com a mãe e depois foi levado embora pela polícia.

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