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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

'Quero refazer a vida', diz empresária acusada de matar ex ao ser solta

“Quero refazer a minha vida”, declarou nesta sexta-feira (1º) ao G1 a empresária Giselma Carmem Campos Carneiro Magalhães, de 46 anos, menos de um dia após deixar a Penitenciária Feminina de Santana, na Zona Norte de São Paulo, onde ficou presa preventivamente por um ano e cinco meses sob a acusação de mandar matar a tiros o ex-marido, um executivo de um dos maiores frigoríficos do país, em dezembro de 2008. Ela alega inocência.
A decisão pela soltura de Giselma foi do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Celso de Mello concedeu a liminar no dia 27 de setembro, após analisar o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado da ré, Ademar Gomes. O mérito, que poderá determinar de forma definitiva que ela responda ao processo em liberdade, ainda será julgado.
Humberto de Campos Magalhães foi morto aos 43 anos em 4 de dezembro de 2008 na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo. Ele era diretor-executivo do grupo JBS Friboi, que tem 25 frigoríficos no Brasil e 35 no exterior. De acordo com a assessoria da empresa, ele trabalhava no grupo havia 12 anos. A sede da Friboi em São Paulo fica na Marginal Tietê, perto de onde ocorreu o crime.
Para a Polícia Civil, a ex-mulher de Humberto foi a mandante do homicídio. Ela é acusada de ter pago mais de R$ 30 mil para contratar pistoleiros de aluguel para executar o ex-marido. O motivo apontado foi vingança, ódio e ciúmes. Segundo a polícia, ela não aceitava o fim do casamento e o fato de o empresário engatar um novo namoro com uma mulher mais nova, de 27 anos.
Em seu despacho, o ministro afirma que a decisão que decretou a prisão preventiva da viúva “apoiou-se em elementos insuficientes, destituídos de base empírica idônea, revelando-se, por isso mesmo, desprovida de necessária fundamentação substancial”.
O pedido de habeas corpus foi feito também ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou a liminar. Ao recorrer ao Supremo, a defesa citou que não foram acrescentados na pronúncia fatos novos capazes de justificar a manutenção da prisão preventiva e informou também que a data para o julgamento não foi marcada.
Na ação, o advogado da empresária, Ademar Gomes, alegou que ela é inocente, que não foi presa em flagrante, que tem bons antecedentes, que sempre compareceu para prestar esclarecimentos à Justiça, quando convocada, e que “é mulher de alto nível”, residente em bairro de alto luxo no município de Barueri, no interior de São Paulo.
“Ela estava presa em um presídio com quase 3 mil mulheres em situação dramática, com condições de saúde precárias, sem água potável, ratos, em situação verdadeiramente deplorável”, disse Gomes.
InvestigaçãoA investigação policial que apontou Giselma como mentora intelectual do crime foi feita pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Desde o início, o departamento tratou a morte do empresário como execução, e não latrocínio. Nada havia sido roubado da vítima.
A polícia trabalhava com a hipótese de o crime ter sido motivado por vingança. Testemunhas relataram que o casal Giselma e Humberto brigava muito quando estavam casados, e ela não aceitava a separação. Além disso, a vítima já estava morando com outra mulher na ocasião do crime.
A ex-mulher passou a ser considerada suspeita após a quebra do sigilo telefônico do executivo pedida pelo DHPP e autorizada pela Justiça. A vítima foi à Rua Alfenas, onde foi morta, após ter recebido um telefonema do celular de um de seus dois filhos. Uma voz masculina disse para ele ir ao local porque o jovem passava mal. Humberto foi com seu Mercedez Benz. A rua ficava perto de sua casa. Lá, foi surpreendido por um motociclista que anunciou um falso assalto e atirou duas vezes contra o empresário.
O aparelho foi encontrado no Maranhão com um dos irmãos da ex-mulher do executivo. Após ser preso, ele confessou, de acordo com a polícia, o plano criminoso e disse que a irmã contratou os assassinos por R$ 34 mil.
‘Quero rever meus filhos’Presa desde o dia 2 de abril na Penitenciária Feminina de Santana, na Zona Norte da capital, Giselma voltou a liberdade na quinta (30). Ela aceitou conversar com a reportagem por telefone e pediu para nenhuma imagem sua ser divulgada. Durante a entrevista, alegou inocência, disse ter sido vítima de um complô, comentou sobre o período em que ficou presa e falou que agora quer rever os filhos, já adultos, e seguir sua vida. Giselma e Humberto tiveram dois filhos. Antes da morte do executivo, os filhos moravam com a empresária num condomínio fechado Alphaville, em Barueri. O executivo morava na Vila Leopoldina.
G1 – O que a senhora pensou ao sair da cadeia?
Giselma Carmem Campos Carneiro Magalhães –
Quero rever meus filhos. Ainda não os vi. Saí ontem [quinta] à noite e passei no escritório do meu advogado, depois fui para um hotel. Pretendo me reestruturar e refazer minha vida.
G1 – A senhora diz que é inocente. Seus filhos acreditam na sua inocência?
Giselma -
Eu jamais mandaria matar alguém que amei muito. Meus filhos acreditam em mim. Eles me visitavam na cadeia, mas eu mesma pedi para eles deixarem de ir lá porque aquele lugar não era um bom ambiente para eles.
G1 – Sofreu na cadeia?
Giselma -
Não é nada fácil ficar num ambiente totalmente diferente. Uma coisa absurda, horrorosa. Sou inocente. Vivíamos numa situação de extrema opressão. O fato de ter vindo de uma classe social melhor foi ruim para mim. Lá, ou você se juntava com as demais presas para ser aceita por elas, ou se isolava. Eu preferi o isolamento. Eu não desejo aquele lugar nem para o meu pior inimigo. Ratos, baratas, mofo. Eu não merecia ter passado por isso que passei lá.
G1 – O que realmente aconteceu no dia 4 de dezembro?
Giselma -
Desde a morte dele eu não dei uma versão pública para o caso. No início eu realmente não estava sabendo de nada. Quando eu fui presa, eu não sabia o que tinha acontecido. Meu irmão teve uma discussão com Humberto. Soube que ele teria dito que atirou no meu ex-marido após isso. Mas quando vi meu irmão no DHPP, ele estava com o rosto machucado [na época, a polícia negou qualquer agressão ao suspeito]. Depois soube que ele teria dito que eu mandei ele e outro homem matar meu marido. Isso não é verdade. Eu jamais faria isso com uma pessoa que eu sempre amei muito. Uma pessoa com quem vivi durante muito tempo e uma pessoa que fazia tudo por mim.

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