Na véspera do feriado, dólar fecha na menor cotação desde agosto de 2008

Depois de um pregão de instabilidade, o dólar fechou em queda no último dia útil desta semana de feriado, atingindo a menor cotação desde agosto de 2008

A moeda norte-americana recuou 0,31% nesta quarta-feira (20), a R$ 1,569 na compra e a R$ 1,571 na venda. Este é o menor patamar de fechamento desde o dia 4 de agosto de 2008, quando a moeda fechou cotada a R$ 1,562.

Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,88%, vendida a R$ 1,576. Na semana, a divisa tem queda de 0,44%. Em abril, o dólar acumula queda de 3,68% e, no ano, a baixa atinge 5,70%.

Segundo operadores, a atuação de um player na ponta compradora limitou a baixa na parte da tarde, na véspera de um feriado prolongado que fechará o mercado de câmbio na quinta e sexta-feiras. Além disso, fatores técnicos já apontam alguma limitação para quedas mais acentuadas.

Com o dólar nas mínimas em cerca de dois anos e meio ante o real, investidores começam a observar fatores técnicos em busca de sinais para traçar alguma tendência de curto prazo. O banco francês BNP Paribas, por exemplo, considerou em nota que "elementos técnicos não são favoráveis ao real, podendo inclusive limitar a apreciação da moeda a partir dos atuais níveis".

Cupom cambialO salto nas taxas de juros em dólar também está no radar. Neste pregão, o FRA (Forward Rate Agreement) de cupom cambial para três meses prosseguia com o movimento da véspera e disparava 17%, para 6,26.

O avanço do cupom cambial diminui a vantagem das operações de abitragem no Brasil, reduzindo o incentivo para a compra de reais com dólares levantados em empréstimos mais baratos na moeda americana feitos no exterior.

O cupom tem firmado movimento de alta desde que as autoridades intensificaram as intervenções para conter a valorização do real. Entre as ações, o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até 360 dias, ampliando depois esse intervalo para até dois anos.

Na agenda do dia, o Brasil voltou a registrar entrada líquida de capitais, com saldo positivo de US$ 605 milhões em abril até dia 15, segundo dados do Banco Central.