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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Manifestantes são detidos após confronto com GCM no Centro de SP


Dois manifestantes foram detidos após confronto entre lojistas e guardas-civis na região da Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo, no início da tarde desta quinta-feira (30). Segundo a Guarda Civil Metropolitana (GCM), a dupla jogou pedras nos agentes.
O protesto dos lojistas, que contou com cerca de 400 trabalhadores do Shopping Mundo Oriental, foi contra a restrição da entrada no centro comercial pelo Gabinete de Segurança e pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana. O estabelecimento foi fechado novamente nesta quarta-feira (29) durante operação de combate à pirataria. Às 14h desta quinta, o estabelecimento voltou a ser aberto e mais tarde deverá ser novamente vistoriado.
O comerciante Felipe Urquiza Moraes, de 22 anos, e um adolescente de 17 anos foram algemados e encaminhados a uma delegacia da região. “Eu não fiz nada, sou trabalhador. Não joguei pedra em ninguém”, disse Felipe enquanto era levado a um carro da GCM. Elon Gonçalves, representante dos vendedores do Shopping Mundo Oriental, defendeu o colega. “Ele estava o tempo todo ao meu lado no protesto. Ele não jogou nada.”
Já o adolescente não trabalha lá e chorou ao ser detido. Com ele foi encontrado uma cápsula das bombas de efeito moral utilizadas pelos guardas. “Nós não estamos prendendo. Estamos levando para a delegacia para averiguação”, minimizou o inspetor Marcos Ferreira.
Além das bombas da GCM, o uso de pedaços de papelão e de madeira em chamas para bloquear a Avenida Senador Queirós causou mais confusão. Equipes do Corpo de Bombeiros foram chamadas e apagaram o fogo.
Elon Gonçalves disse que os comerciantes estão cansados das operações. “Anteontem [terça-feira] vieram para fechar duas lojas e fecharam tudo. Ontem aconteceu de novo”, reclamou. Ele afirma que, assim como ele, diversos lojistas do centro comercial estão em situação regular. “Eles têm que vistoriar quem está errado. Não é justo fechar tudo por causa deles”, disse a também comerciante Cristiane Couto.
O inspetor afirmou durante a tarde que a ação dos guardas será investigada pela Corregedoria da GCM.
O secretário da Segurança Urbana, Edsom Ortega, nega que a GCM tenha atuado com truculência. “O que há é a reação de quem comete crime e quer continuar a cometer crime.” Em entrevista ao SPTV, ele acrescentou que a Prefeitura já havia tentado conscientizar os vendedores a respeito do comércio irregular. “Foi feito trabalho educativo e mesmo assim eles insistem em vender mercadoria contrabandeada e até roubada.”
Após o confronto, policiais militares chegaram e afastaram os manifestantes dos guardas-civis. Não há informações sobre feridos ou presos no confronto desta manhã. Com a presença da PM, a situação ficou mais calma na região. Com a detenção dos dois manifestantes, os ânimos voltaram a ficar exaltados.
O advogado do shopping, Nasser Rajab, disse que irá entrar com um mandado de segurança preventivo para impedir que o prédio seja fechado nas próximas operações. "Queremos que a Prefeitura faça o trabalho dela, mas de forma pontual. Há comerciantes que têm nota fiscal e alvará, estão dentro da legalidade e não podem ser prejudicados dessa forma. Eles (GCM) acham que com um simples comunicado não mão podem entrar e não podem."

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