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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Mensagens reforçam suspeita de tráfico de criança

Novas mensagens de texto encontradas pela Polícia Civil no celular de Eliane Azzi reforçam a suspeita de que ela estava praticando tráfico ilícito de crianças. A mulher, presa em flagrante em Betim, na região metropolitana, foi apresentada ontem.

“Em um desses textos, ela escreveu que nunca havia passado por uma pressão tão grande quanto a de ontem (anteontem) no hospital porque os psicólogos e os enfermeiros faziam muitas perguntas. Com isso, suspeitamos que essa não seria a primeira vez que ela pratica esse tipo de crime. Mas vamos investigar”, disse o delegado Tito Barichello.
Em outra mensagem, ela relata que “graças a Deus o peito inflamou. (Ela) não pode dar o peito”, indicando que preferiria que a mãe não alimentasse o bebê antes de entregá-lo.

Eliane foi presa em flagrante anteontem após tentar intermediar a entrega de um bebê, nascido no Hospital Regional de Betim, para a advogada Selena Castiel Gualberto, que, provavelmente, mora em Pernambuco.
Durante a apresentação, a suspeita ficou o tempo todo com o rosto tapado, chorou e não quis dar declaração alguma à imprensa. Segundo o delegado, Eliane disse que trabalha como agente de viagens, mas os policiais foram até o endereço indicado e não encontraram placa ou faixa que identificasse a agência. A suspeita também contou ao delegado que falsificou os documentos de Janaína Carvalho, a mãe do bebê, por amizade.

Barichello ainda levantou a hipótese de que outras pessoas, inclusive de Betim, estejam envolvidas no caso. “O diretor do Regional nos relatou que uma pessoa da cidade foi até ele para tentar a liberação da criança e que uma mensagem também lhe foi enviada”.
O diretor do Regional, Guilherme Carvalho, confirmou a informação. “Essa pessoa estava usando o meu nome junto aos médicos para tentar liberar o bebê. Depois, me enviou uma mensagem. Então, quando acionamos a polícia, mostrei o texto ao delegado”, disse Carvalho, que não quis revelar o nome dessa pessoa para não atrapalhar as investigações.

Selena Castiel Gualberto, apontada pela investigação como a pessoa que iria receber a criança, está sendo procurada pela polícia. “Temos informações de que ela estava em Belo Horizonte e já tinha até ido à casa de Eliane para saber do bebê”, disse o delegado.
Selena conheceu Janaína pela internet. “Janaína colocou em um blog que queria doar o bebê, e essa Selena, usando o nome de Sofia, entrou em contato dizendo que queria a criança. Elas trocaram e-mails, e, a partir daí, é que a Eliane entrou no caso, intermediando a ação”, disse.
A mãe da criança vai responder ao processo em liberdade. “Ela é muito pobre e nem tinha para onde ir. Ela não falou em valores, apenas disse que a Eliane prometeu dar R$ 200 ontem (anteontem)”, concluiu o delegado. 

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